Festa raiz: Peão de Boiadeiro de Barretos

24/02/2022

5min

A história da Festa do Peão de Boiadeiros de Barretos começa em 1955, quando um grupo de 20 jovens, sentados numa mesa de bar, fundou o clube “Os Independentes”. Para fazer parte da sociedade, os pretendentes deveriam ser maiores de 22 anos, solteiros e independentes financeiramente, pois a intenção era arrecadar recursos para entidades assistenciais durante os festejos do aniversário da cidade.

Em 25 de agosto de 1956, a primeira edição foi realizada embaixo de uma lona de circo e contou com apresentações de danças do folclore brasileiro e de conjuntos de violeiros, além do típico desfile com carros de boi, jogo do pau de sebo e “queima do alho” (uma tradição culinária entre os peões, feita em um fogão improvisado no chão e que hoje é um concurso que elege os melhores pratos).

O famoso rodeio de Barretos

Uma competição de doma de cavalos serviu como inspiração para as provas do dia do aniversário de Barretos, 25 de agosto. Aníbal Araújo, um peão de fazenda, entra para a história como o primeiro campeão. O comerciante Orlando Araújo e o fazendeiro Orestes Ávila são os apresentadores, na base do megafone, e o pecuarista Beto Junqueira, o juiz.

O rodeio de Barretos, que substituiu as “cavalhadas” — representação da luta dos cristãos contra os mouros — passou a ser a atração principal da festa, empolgando os espectadores que se identificavam com o evento que mistura esporte com o trabalho diário nas fazendas.

Na década de 1960, a festa  já conhecida por todo país, passa a ser realizada em cinco dias, com apresentação de peões estrangeiros vindos da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, além das danças do folclore Sul-Americano e a presença de artistas famosos como Chico Buarque e Mazzaropi.

Peão de Boiadeiro: referência nacional

Em 1964, a Festa do Peão de Boiadeiro é oficializada e declarada de utilidade pública. Alguns anos depois, em 1968, os Independentes decidem que os sócios já poderiam casar, mesmo que para ingressar no clube ainda precisassem ser solteiros.

Em 1979, é realizada pela primeira vez, de forma oficial, a competição de montaria em touros. Na década de 80, mudanças significativas consolidaram a Festa de Barretos como o maior evento country do país.

O traje de peão de boiadeiro que deixa a bombacha e o jeans justo no corpo com cinto de couro fechado por uma larga fivela são assumidos pelos peões sob a influência americana. 

O mundo todo já conhece a Festa do Peão de Boiadeiros

Em 1991, a Festa de Boiadeiro de Barretos registrou o maior número de montarias e entrou para o Guinness Book como o maior evento do gênero no mundo. Em 1993, o rodeio se torna internacional, com a participação de cowboys americanos, canadenses e mexicanos.

Como se não bastasse, em 1994, Barretos sediou uma das etapas da P.B.R (Professional Bull Riders), cujo vencedor pode competir com os melhores profissionais de rodeio do mundo, na final de montarias de touros, em Las Vegas.

A partir do início dos anos 2000, a festa passa a ser realizada com duração de 11 dias. Em 2005, no Jubileu de Ouro da Festa do Peão de Boiadeiros, é inaugurado um monumento em homenagem aos profissionais de rodeio, com a plantação de 50 mudas de Ipês, realização da primeira rave dentro de um estádio de rodeio e inauguração do Memorial do Peão, no Parque do Peão, com o acervo que conta a história da Festa e do clube “Os Independentes”. 

Mais que uma festa, uma história do povo sertanejo do Brasil

É, sem dúvida, uma linda história. Hoje, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos é a mais importante referência cultural sertaneja do interior brasileiro e um dos mais antigos eventos de entretenimento no país.

Reunindo lazer, esporte e muita alegria para toda a família, a festa de Barretos (onde o Atacadão também está) tem dimensões e repercussão internacional e integra o calendário anual dos peões de todos os cantos. 

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