Região Norte: a natureza como grande cenário

12/06/2023

7min

Região Norte

Embora seja, de longe, a maior região do País, a Região Norte poderia ser definida por apenas duas palavras: rio e floresta. Isso porque lá, tudo, ou quase tudo, gira em torno da floresta amazônica e das gigantescas bacias hidrográficas dos rios Amazonas (maior rio do mundo em volume d’água) e Tocantins.

Muito da vida dos moradores no cotidiano depende dos períodos de cheia e seca dos rios. Em fevereiro, as águas começam a subir e se inicia a estação da cheia, que chega ao seu ápice em junho, com a floresta inundada.

Em agosto, as águas começam a recuar, dando início à estação da seca que vai até janeiro e fica mais acentuada em outubro, quando a temperatura se eleva.

Ou seja, a região Norte do Brasil é uma região intrinsecamente relacionada com a exuberante natureza que a envolve.

Características da Região Norte brasileira

Integrada por sete estados, o Norte tem o Amazonas e o Pará como suas jóias da coroa. São os dois maiores estados da Região Norte em área, população e PIB, bastante acima dos demais.

Com 45% do território brasileiro, a região Norte tem, segundo estimativa do IBGE em 2018, 18,2 milhões de habitantes, sendo a região de menor densidade demográfica no Brasil, com apenas 4,7 pessoas/km2. O Pará, com estimados 8,5 milhões de habitantes e o Amazonas, com 4 milhões, são os estados mais populosos e cerca de 75% dos moradores residem em áreas urbanas.

As cidades mais populosas são Manaus (2,1 milhões de habitantes), Belém (1,5 milhão), Ananindeua (525 mil), Porto Velho (520 mil), Macapá (494 mil) e Rio Branco (401 mil). Também são cidades importantes na região, Boa Vista (RR), Santarém (PA), Palmas (TO) e Marabá (PA).

Economia que vem da natureza

No que diz respeito à atividade econômica, em função da riqueza da biodiversidade natural, por conta da floresta, ela se concentra basicamente no extrativismo de produtos. O Norte do Brasil é o maior produtor de castanha, de látex (retirado da seringueira) e de frutas como o açaí, babaçu e cupuaçu. 

Extração de minérios

A região também é rica em extração de minérios, principalmente na Serra dos Carajás, no Pará, de onde se extrai grande parte do minério de ferro brasileiro; e na Serra do Navio, no Amapá, com muito manganês — minério do qual o Brasil é o terceiro maior produtor mundial. 

Também aparecem com destaque a extração de minerais metálicos, como ouro, alumínio, estanho, níquel, bauxita e a extração de minerais fósseis, como o petróleo e o gás natural do campo de Urucu. Sem falar que em Ariquemes (RO), encontra-se a maior mina de cassiterita a céu aberto do mundo.

Com relação ao extrativismo animal, em função de sua fauna extremamente diversificada, a Amazônia oferece grande variedade de peixes, como tucunaré, tambaqui e pirarucu, bem como tartarugas e várias outras espécies.

Agricultura e Pecuária

Com relação à pecuária, a paisagem, por motivos claros, não é a mais propícia e, por isso, a produção é reduzida e voltada para os bovinos. Mesmo assim, na ilha de Marajó, no Pará, está o maior rebanho de búfalos do país.

A agricultura se volta para as culturas de subsistência com plantações de mandioca, feijão e milho, embora tenha avançado muito nos últimos anos a produção de soja, principalmente no cerrado do Tocantins.

Também existem pontos na região, com destaque para Rondônia, que se dedicam à culturas como cacau, arroz, pimenta-do-reino, café, juta, maracujá, coco e guaraná.

Pato ao molho de tucupi, maniçoba, tacacá e tucunaré

A culinária da região Norte tem uma forte influência indígena e muitos pratos à base de peixes (como o Tambaqui), frutas e carne de caça. Os pratos típicos do Norte do Brasil são um dos maiores exemplos do que se pode chamar de comida brasileira.

Além dos peixes, são muito usados ingredientes como o milho, a mandioca, farinha d’água, farinha seca, farinha de peixe, guaraná em pó, açaí, cupuaçu e castanhas.São muitos e variados os pratos típicos e tradicionais.

No Tocantins, por exemplo, a culinária recebe influências de Minas Gerais e Portugal. O peixe, feito na folha de bananeira ou a caldeirada com frutos do mar são muito saborosos. 

Em Roraima, se destacam a torta de carne de sol, a tapioca e a mugica de peixe.Em Rondônia, a caldeirada de tucunaré, a maniçoba e os doces de cupuaçu.

No Pará, são famosos o Pato ao Molho de Tucupi (líquido extraído da mandioca brava), o Tacacá paraense e o Caruru. 

A cozinha do Acre traz ingredientes da gastronomia nordestina e sírio-libanesa  com delícias como mingau de bananas e tapiocas, tacacás, cuscuz de milho, quibes de macaxeira, panelada (buchada de boi), baião de dois e quibe.

Já os amapaenses preparam deliciosos pratos como o camarão ao bafo, o tucunaré na brasa e a pescada de gurijuba. Por fim, no Amazonas é forte a influência das cozinhas portuguesa e africana com quase todos os alimentos extraídos da mata. 

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