Nos tempos do home office

29/09/2021

6min

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Analisa Brum, uma das maiores especialistas no Brasil em questões ligadas ao endomarketing (comunicação interna nas organizações), aborda as dificuldades que as empresas estão tendo em conviver com o home office durante a pandemia e aponta:  “Chegou a hora de as empresas tomarem coragem para decidir e informar com rapidez.”

Informação clara é imprescindível para o trabalho em casa

Existe uma regra básica de Comunicação Interna que se tornou ainda mais importante na crise que estamos vivendo: informação + explicação da informação. O que eu quero dizer é que a informação, pela informação, não é suficiente.

As pessoas precisam da explicação da informação para se engajarem naquilo que a empresa está propondo.

É comum as organizações comunicarem algo de forma rápida e superficial, sem nenhum argumento ou justificativa adicional, e, depois, reclamarem da falta de engajamento por parte do público interno, colocando a culpa da não assimilação e prática nele, quando a responsabilidade de comunicar de forma eficiente é delas próprias.

O processo da informação dentro de uma empresa já era difícil antes da pandemia, quando as pessoas estavam, na sua maioria, reunidas dentro de um mesmo espaço. Com as pessoas em trabalho home office, essa dificuldade se tornou ainda maior.

Os desafios do modelo home office

A verdade é que na terceira semana de março de 2020, as empresas foram pegas de surpresa, tendo que parar as suas operações e começar um processo de emprego home office para o qual não estavam preparadas. Isso determinou uma enorme necessidade de comunicação.

As decisões precisaram ser tomadas e comunicadas num tempo recorde por parte das empresas que viram seus colaboradores irem para casa com computadores debaixo dos braços, sem nenhuma certeza, a não ser a de que deveriam continuar trabalhando, pois o negócio não podia parar.

Mais de um ano se passou e as pessoas foram se tornando sedentas por informação: até quando ficaremos em casa? Até que ponto o nosso negócio está sendo impactado pela pandemia? Como a nossa empresa está se posicionando diante da crise?

Existe algum plano para o futuro? Corro o risco de perder meu emprego? Existe algo sendo preparado para o nosso retorno? Trabalharemos em home office para sempre? Alguns retornarão e outros não?

A liderança precisa se manter visível e ativa, mesmo de longe

As dúvidas são muitas e as expectativas, maiores ainda. As pessoas querem e precisam saber qual a situação da empresa diante da crise e o que ela está planejando para o pós-pandemia.

O problema é que muitas decisões ainda não foram tomadas. Portanto, não podem ser informadas. A verdade é que muitas empresas ainda não têm o que dizer para o seu público interno em relação ao futuro.

Chegou a hora de as empresas tomarem coragem para decidir e informar com rapidez, o que exige um componente de ousadia. Além disso, chegou a hora de as empresas usarem seus líderes como intermediários no processo da informação.

Hoje, o desafio da média liderança é se manter visível e ativa diante da sua equipe, usando os recursos tecnológicos que possui para realizar contatos periódicos, tendo ou não informações para repassar.

Por vezes, o seu papel será apenas o de acalmar as pessoas, respondendo a perguntas com frases como esta, que considero extremamente eficiente: “A empresa ainda não tomou uma decisão em relação a isso, mas assim que tomar, prometo que vocês serão os primeiros a saber”. Isso gera segurança para a equipe e credibilidade para o líder.

Em outras palavras, chegou a vez do que eu chamo de Líder.Co — Líder Colaborativo e Comunicador — aquele que não apenas repassa o conteúdo que recebe, mas que provoca a empresa no sentido de gerar a informação de que necessita para entregar à sua equipe.

Para atuar dessa forma, o líder precisa ser empoderado, treinado, instrumentalizado e monitorado. Felizes as empresas que fizeram isso antes da pandemia e agora estão podendo contar com os seus líderes para não só informar, mas gerar esperança. 

 

ANALISA DE MEDEIROS BRUM, graduada em Comunicação Social e Administração de Empresas, é Diretora-Presidente da HappyHouse – agência de Endomarketing que atende grandes empresas brasileiras como Avon, Burger King, GOL, Renner e outras, consideradas referência em marketing interno. Pioneira no estudo da Comunicação Interna e do Endomarketing, é autora de oito livros sobre esse assunto. Também é palestrante, especializada no treinamento de lideranças para a comunicação face a face.

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