A Região Nordeste é a terceira maior do Brasil em termos de tamanho (com 1,5 milhão de km2); a segunda em população (são cerca de 55 milhões de habitantes, de acordo com o último censo do IBGE) e a primeira em número de estados que a integram. São nove estados nordestinos ao todo: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Graças às grandes extensões de seu litoral e à predominância do clima tropical – com grande incidência de sol o ano inteiro – o nordeste brasileiro é um grande expoente do turismo. Todas as capitais nordestinas, com exceção de Teresina, estão localizadas à beira mar, o que resulta em uma grande concentração populacional e econômica nessa faixa de terra.
Além do turismo, o Nordeste também é forte na agricultura, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar, soja, algodão, frutas tropicais, cacau e feijão. Na pecuária se destacam os rebanhos bovinos dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Piauí.
E, apesar dos muitos problemas apresentados em sua economia ao longo da história, a Região Nordeste é hoje a que mais cresce no Brasil, com elevações crescentes nos últimos anos de seu PIB.
É importante destacar que o nordeste do Brasil é o segundo maior produtor de petróleo do país e que possui um dos principais polos petroquímicos do Brasil: o de Camaçari, na Bahia. Também é líder na criação comercial de camarão, concentrando 97% da produção nacional.
As dificuldades ainda persistem no Nordeste brasileiro
Apesar do avanço, os estados do Nordeste ainda têm seus problemas, principalmente concentrados no sertão, no agreste e no meio norte — zonas bastante despovoadas e muito castigadas pela seca. Nesses locais, o Índice de Desenvolvimento Humano ainda é insatisfatório.
Fora da faixa litorânea, aliás, a vida praticamente se concentra na chamada Zona da Mata que, graças ao desenvolvimento de sua indústria e economia, atrai, anualmente, milhares de pessoas vindas do sertão para a ocupação de empregos junto a muitas indústrias instaladas por lá.
Quando a oferta de emprego é escassa ou as condições de vida tornam-se ainda mais precárias, uma boa parte da população da Região Nordeste deixa suas cidades em busca de melhores oportunidades nas metrópoles.
Comércio e turismo: grandes forças nordestinas
O comércio é bem desenvolvido nas capitais e principais cidades do Nordeste, marcado, basicamente, por empresas do comércio varejista. O Atacadão, a propósito, também tem uma forte presença em todos os estados nordestinos. São mais de 40 lojas em toda a Região.
Mas, sem dúvida alguma, é no turismo que reside a principal força econômica da Região Nordeste como um todo. Dados de 2016, divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Eventos, mostram que o faturamento turístico no Nordeste ultrapassa R$ 200 bilhões/ano, representando cerca de 4,5% do PIB nacional.
A Fundação Getúlio Vargas confirma a razão desses valores através de um estudo que diz que o Nordeste é o destino preferido por quase 50% dos brasileiros quando o assunto é viagem. Cada um dos nove estados da Região Nordeste têm inúmeras atrações que justificam essa preferência.
A principal delas é o litoral. Mas contam também a gastronomia diversificada, as tradições e costumes, o calor humano de seus habitantes – sempre alegres –, e grandes festas populares como o Carnaval (a maior do planeta, segundo o livro de recordes Guiness Book), São João, Bumba meu Boi e as não menos populares Micaretas: características do Nordeste brasileiro.
Região Nordeste: 45% do litoral do Brasil
Dos 7.491 km do litoral brasileiro, cerca de 3.300 deles (ou quase 45%) estão nos estados nordestinos, o que influencia diretamente na vida dos habitantes.
A Bahia, por exemplo, é o estado que tem o maior litoral brasileiro, com 1.183 km de praias. A principal atração turística é, claro, a capital Salvador que, além de lindas praias, tem monumentos históricos importantes, deliciosa culinária e mais uma série de atrações que agradam visitantes de todas as idades.
Quem vai a Salvador não pode deixar de visitar o Pelourinho e sua riqueza arquitetônica barroca; o Mercado Modelo (construído em 1861); o elevador Lacerda, o Farol da Barra, as igrejas de Nosso Senhor do Bonfim e São Francisco (com sua espetacular decoração em ouro) e, obviamente, as praias do nordeste baiano, como a clássica Itapuã ou a Praia da Barra.
Além de Salvador, a Bahia tem outras atrações turísticas incríveis como as cidades históricas de Ilhéus e Porto Seguro.
UMA HISTÓRIA RICA
Como a história conta, a expedição portuguesa que descobriu o Brasil, comandada por Pedro Álvares Cabral, aportou em 22 de abril de 1500 em Porto Seguro, na Bahia. Ou seja, a região Nordeste faz parte da história do Brasil desde o primeiro minuto.
O Nordeste também foi palco da primeira atividade econômica no Brasil: a extração do pau-brasil. Já teve o Maranhão invadido pela França (entre 1594 e 1615); Pernambuco dominado pela Holanda (entre 1630 e 1654); abrigou o Quilombo dos Palmares (em Alagoas) e teve Salvador, na Bahia, como primeira sede do Governo Geral do Brasil (1548). É muita história!
A formação do nordestino, aliás, se deu a partir de três grupos étnicos: o indígena, o branco e o negro, mas não de forma uniforme. Em algumas regiões, predominam os caboclos. Já em outras, os mulatos. Os estados com maior população branca são Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e os com maior população negra, Bahia, Maranhão e Piauí.
UM FOLCLORE E UMA CULINÁRIA MUITO DIVERSIFICADOS
No que diz respeito às manifestações culturais, a região Nordeste é absolutamente imbatível. Os eventos mais populares continuam sendo o Carnaval e as festas juninas.
No entanto, na Região há uma outra série de manifestações folclóricas e culturais que envolvem os moradores e encantam os visitantes. Entre elas, os festejos do bumba meu boi; a capoeira; o Reisado (trazido pelos portugueses); o Coco, um estilo de dança do nordeste praticado em Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte; o frevo e muitas outras manifestações culturais como o Maracatu, a Marujada, o Quilombo, o Candomblé, o Afoxé, a Festa de Iemanjá, a Lavagem do Bonfim e a literatura de cordel, além de um rico artesanato em rendas, couro, cerâmica e madeira.
Quando o assunto trata dos pratos típicos do nordeste, é claro que os peixes e frutos do mar merecem destaque. Os nordestinos têm o costume de preparar deliciosos pratos de peixe como as peixadas, os caldos e a famosa moqueca. Também se destacam siri, caranguejo, ostras e camarão, feitos de várias maneiras. Sem falar em outras delícias clássicas como vatapá, acarajé, tapioca, baião de dois, sarapatel e na tradicional buchada de bode.